Quando se fala em cão para pessoas com deficiência, é quase imediato lembrarmos de um cão-guia, uma vez que a divulgação dessa função está presente desde o fim das Primeira e Segunda Guerra Mundiais em livros, filmes, documentários e, atualmente, permeia vários centros urbanos em todo o mundo. No entanto, um cão-guia é uma das várias modalidades do que chamamos cão de assistência.
Um cão de assistência é um cão treinado exclusivamente para atender as necessidades individuais de uma pessoa com deficiência que, segundo a Lei Brasileira de Inclusão, é toda e qualquer pessoa que tem impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, a qual, em interações com diversas barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas.
Dessa forma, entende-se que as questões de autonomia e funcionalidade da pessoa com deficiência são também de caráter social e podem ter grandes avanços com a inserção de cães que lhe proporcione isso.
Assim, além do cão-guia, treinado para proporcionar melhor mobilidade a pessoas com deficiência visual ou com baixa visão, há outras quatro tipos de cão de assistência:
1 – Cão Ouvinte
Treinado para auxiliar pessoas com deficiência auditiva total ou parcial, identificando sons importantes de sua rotina ou do convívio em meio urbano, tais como toques de telefone e campainha, relógio despertador, alarmes de incêndio, sinas de semáforo sonoro etc.
2 – Cão de mobilidade para cadeirantes
Selecionado, socializado para auxiliar nas atividades do dia a dia de pessoas com deficiência física/motora, tais como tracionar a cadeira de rodas, pegar objetos, tirar roupas e calçados, acender luzes, desviar de obstáculos etc. Também é conhecido como cão para PCD.
3 – Cães de Alerta Médico
Depois do cão-guia, é o cão de assistência mais difundido, sobretudo nos filmes em que um personagem tem alguma doença como diabetes, epilepsia, hipo ou hiperglicemia, hipertensão e cardiopatias. O cão de alerta médico é um cão de assistência selecionado, socializado e treinado para identificar variações e alterações químicas e metabólicas em seu tutor, antecipando crises.
É interessante destacar aqui que o cão de alerta médico não é um cão de diagnóstico médico, como os cães que trabalharam em diversos estudos sobre a Covid-19. Enquanto o primeiro é treinado para dar assistência a um usuário específico, demandando um treino individualizado, o segundo é um cão de faro com objetivos de coletividade.
4 – Cão de Apoio Emocional
Muito difundido nos últimos anos, é um cão selecionado, socializado e treinado para dar suporte emocional a pessoas com deficiências ou doenças de ordem psicológica e/ou psiquiátrica.
Os cães de apoio emocional são direcionados para pessoas com questões psicológicas e/ou psiquiátricas que dificultam e interferem em sua vida, bem como síndromes e transtornos de várias categorizações.
Dentro dessa categoria estão os cães de suporte para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que é um distúrbio do neurodesenvolvimento muito estudado na atualidade.